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Piratini Monarquista

É um Admirável Mundo Novo

Em algumas horas se iniciará a 3º década deste século. Mas o que aprendemos na segunda? A distopia “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, trata de um futuro em que a humanidade teve que abrir mão de muitas coisas, seja no campo moral, legal e até mesmo civilizatório, em prol da estabilidade total do mundo. Como é relatado no livro, depois de vários conflitos mundiais, que se optou por renunciar a algumas coisas em prol dessa estabilidade. E graças que existem muitas ilhas no mundo, pois aqueles que não conseguem se encaixar nessa sociedade acabam sendo separados do resto.


A partir disso, convido você a refletir: é sempre necessário acontecer algo extraordinário para que haja mudança, seja ela positiva ou negativa? Na narrativa de Huxley, não encontraram outro jeito. Mas aqui no mundo real, os finais clichês em que todos (ou a civilização como ideal) ficam bem/felizes são o que mais desejamos nesse momento.


Para quem esperava realizar grandes coisas este ano, 2020 pode ter sido decepcionante para a maioria. A maior pandemia do século até então, incomparável em medidas com a H1N1 em 2009, impactou a economia, atrasou ou cancelou projetos, e afetou a vida de bilhões de pessoas, independente do grau. É claro que ninguém esperava algo assim, mas o que isso e todos os eventos anteriores mostraram de facto?


O que testemunhamos de 2011 a 2020? Obama, Dilma, Trump e Bolsonaro foram eleitos, Papa Francisco ascendeu, morreram Chávez, Tatcher, Bin Laden e Mandela; ocorreu o Brexit; Venezuela entrou em crise; tivemos um impeachment; ocorreram terremotos importantes no Japão e Nepal, ocorreram as tragédias da Kiss e da Chapecoense; o Museu Nacional e Notre-Dame pegaram fogo; e terminamos com a maior pandemia de nosso tempo desde a Gripe Espanhola.


Também foi o período que Justin Bieber, Bruno Mars e outros se destacaram na música pop. Hillsong, Casting Crowns, Fernandinho e Juliano Son transformaram a música cristã nos últimos anos. "Avatar", "Vingadores: Ultimato" e "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" foram os filmes mais lembrados e comercializados nesse período. Na TV e streaming, tivemos "House M.D.", "Game of Thrones", "The Walking Dead", "Stranger Things", além do fim de "Breaking Bad", "Hora de Aventura" e "Apenas um Show". A ISS finalmente é concluída, ao passo que chega ao fim o programa dos ônibus espaciais. Surge a Smart TV, a impressora 3D, o Uber e a propagação da internet das coisas e da digitalização de serviços. MSN e Orkut acabaram, enquanto que o PS4 e Xbox One popularizam jogos como "The Last of Us", "The Witcher" e "Uncharted". Tivemos duas Copas do Mundo (Brasil e Rússia), além de duas Olimpíadas (em Londres e no Rio de Janeiro).


Tudo isso e muito mais ocorreu... Mas o que concluímos? Tivemos uma evolução tecnológica, de serviços e de entretenimento, mas falhamos em necessitar de tragédias e conflitos políticos para alcançar algumas medidas. E a pandemia só foi ápice desta conclusão. Era necessário tudo isso ocorrer, para que ficássemos mais próximos de nossas famílias? Para que sentíssemos e/ou observássemos o real peso e dano do isolamento? Para que fôssemos gratos de simplesmente andar pela rua sem a “droga” de uma máscara? Somos seres que esquecemos da nossa natureza, seres que esquecem do que "civilização", "família" e "humanidade" significam. Fracassamos muito no século XX, e temos total capacidade de gerar mais um século perdido.


Todavia, a pandemia também mostrou que nem tudo é trevas. Se começamos a externalizar a valorização das pequenas coisas, é porque ainda lá no fundo isso permanece. Apesar de toda tribulação pessoal e coletiva, uma parte de nós ainda anseia por um futuro melhor, um futuro em que honra, sonhos e o bem maior são prioridades.


Apesar do que passamos, devemos olhar para o alvo, para uma viva esperança. Não sabemos o que 2021 e os anos seguintes guardam. Mas uma lição que devemos aprender é de que somos capazes de agir e construir algo melhor. Tudo depende de onde está fundamentado seu propósito nisso. Para mim, Deus será sempre minha canção, meu propósito maior, meu fundamento, meu Senhor. E n’Ele está firmada a minha esperança de que teremos uma década melhor do que as passadas.


Desejo um 2021 abençoado para cada um. Que cada projeto anelado se concretize, e que a vontade de sonhar nunca desapareça.

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"Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios". (Salmos 90:12)



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