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Piratini Monarquista

Em busca de intimidade


A medida que a vida de fé passa, muitos acabam esfriando suas relações com o Altíssimo e com as coisas da vida de Igreja. Os motivos podem ser inúmeros, mas geralmente um dos problemas que gera essa consequência é justamente a falta de procura em se aproximar do Senhor. Muitas vezes, mesmo que de forma garantida sejamos filhos de Deus, acabamos ficando no nível de massas, quando deveríamos de todo o coração buscar o mesmo relacionamento que João tinha com Jesus. É necessário compreender, identificar e desenvolver nosso relacionamento com o Senhor até o ponto mais íntimo. Mas em que nível e tipo de relacionamento você está? É sobre esses níveis que trataremos nessa publicação.

Pelo Novo Testamento, podemos identificar 4 tipos de relacionamento, que os servos tinham com Jesus.

1. Multidão: "E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava. E seguia-o uma grande multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia, e de além do Jordão." (Mateus 4:24-25)

2. Os 70: "E depois disto designou o Senhor ainda outros setenta, e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde ele havia de ir." (Lucas 10:1)

3. Os 12 Discípulos: "E aconteceu que naqueles dias subiu ao monte a orar, e passou a noite em oração a Deus. E, quando já era dia, chamou a si os seus discípulos, e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos" (Lucas 6:12-13)

4. Pedro, Tiago e João: "E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles;" (Lucas 9:2)

1. A Multidão

Multidões vinham de todos os cantos para conhecer aquele se denominava o Messias, principalmente pelos testemunhos de cura e milagres. Não que seja errado se reunir: pessoas se reúnem a todo momento por motivos bons e ruins; mas é justamente a razão dessa reunião que define o compromisso com a obra.

Pensemos no que a multidão significa: muitos vinham de vários lugares em busca de cura e de testemunhar os milagres de Cristo; e, de fato, muitos creram e se converteram por conta dessas ações extraordinárias. Mas, como é visto em João 2:23-24, muitos estavam ali pela bênção sem ter a renúncia pessoal. Um outro exemplo bastante direto desse tipo de relacionamento é o diálogo de Lucas 9:57-62, mas mais especificamente os últimos 2 versículos: "Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa. E Jesus lhe disse: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus."

Portanto, basicamente, alguém que é multidão não tem comprometimento total com o Reino. É alguém que possui uma relação muito superficial, que muitas vezes acaba fazendo o mínimo (como ir apenas nos cultos de domingo) e que geralmente só está em busca de algo, sem se entregar à cruz. É óbvio: muitos entram na vida de fé em busca de algo ou por curiosidade de ver a multidão ao longe; mas um servo real, com o decorrer do tempo, procura se aprofundar na Palavra e no testemunhar.

2. Os 70

Os 70 discípulos foram um grupo de servos que Jesus designou e enviou para várias cidades e lugares para pregar sobre o Reino e a nova aliança com a vinda do Senhor (Lucas 10:1-12). Alguns usam esse trecho como o exemplo prático das contemporâneas missões, promovidas por diversas denominações pelo mundo. Este já é um nível mais comum, comparado aos dois próximos. Comparado à multidão, os 70 seriam aqueles que entenderam a Palavra, sua renúncia direta e tomaram o compromisso real com o Senhor. É um nível de relacionamento muito mais íntimo do que o anterior, pois exige que você seja mais focado e dedicado na leitura, oração e comunhão com os irmãos. No entanto, ainda são passíveis de momentos mais frios, de desfoco e ainda não são tão aprofundados na Palavra. Se você está nesse nível, não fique triste: já é um grande salto você alcançar esse nível; e há potencial para ser


íntimo e contrito de coração.

3. Os 12 discípulos

Um relacionamento equiparado aos dos 12 apóstolos é algo particular. Escolhidos a dedo por Jesus, os 12 sempre andavam com o Senhor e buscavam ao máximo a comunhão e o crescimento com Ele. Não é muito fácil chegar nesse nível de relacionamento com o Senhor, pois exige um certo tempo e/ou atitude mais madura, e muitas vezes o servo pode retroceder um pouco. Mas, uma vez que se está nesse estágio, sem dúvida você consegue alcançar um dos objetivos mais complexos da vida de fé: andar e viver de forma centrada a Deus (óbvio que isso não signifique perfeição. Basta observar o andar dos apóstolos no início: muitos, mesmo com Jesus em carne ao seu lado, ainda faziam ou agiam de forma superficial ou orgulhosa, em alguns momentos).

4. Pedro, Tiago e João

O relacionamento que Jesus tinha com seus discípulos era bastante íntimo, sem dúvidas. No entanto, é mais do que claro que Pedro, Tiago e João tinham um relacionamento ainda mais profundo com o Senhor. É possível observar essa proximidade maior pelo fato de esses 3 estarem com Jesus em 3 ocasiões bastante importantes: a ressurreição da filha de Jairo, o Getsêmani e a transfiguração de Cristo. Nesses momentos mais "críticos", em que os relatos mais extraordinários sobre Jesus aconteceram, Ele confiava e era íntimo ao ponto que desejava que os 3 estivessem juntos d'Ele. Alcançar esse nível de relacionamento com o Senhor é algo indescritível, e neste estado atual de mundo poucos o alcançam.

Como ter um relacionamento íntimo com Deus

O relacionamento com Deus é como um casamento: os votos que você faz no início são apenas o começo. Relacionamento demanda tempo e dedicação diárias; somente assim é possível construir uma amizade de verdade com o Senhor. Para tanto, é necessário ter 6 atitudes:

- Andar na lei do Senhor;

"Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres o teu ouvido atento à sabedoria; e inclinares o teu coração ao entendimento; se clamares por conhecimento, e por inteligência alçares tua voz, se como a prata buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus." (Provérbios 2:1-5)

- Ter Humildade;

"Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus." (Mateus 5:3)

"Antes, ele dá maior graça. Portanto diz: Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes." (Tiago 4:6)

- Agir com Dedicação (Provérbios 1:5);

"O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios conselhos." (Provérbios 1:5)

- Depender de Deus (Salmos 87:7);

"Assim os cantores como os tocadores de instrumentos estarão lá; todas as minhas fontes estão em ti." (Salmos 87:7)

- Ter Fidelidade (Malaquias 3:10);

"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento da minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes" (Malaquias 3:10)

- Buscar a Santidade

"Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo" (Levítico 19:2)

Através desses parâmetros que se pode alcançar um relacionamento cada vez mais profundo com Deus. Definitivamente não são tarefas fáceis; no entanto, "a semente" que "é amarga", gera "frutos doces"¹.


Toda luta contra o pecado, mesmo dificultosa, é proveitosa para a santidade e a obra do Senhor. Em contrapartida, se não lutarmos contra o pecado e outras indisposições da carne, jamais se poderá ter qualquer coisa com o Senhor. E o que te impediria de ter um relacionamento extraordinário desses? Em palavras, podemos citar 5 coisas:

  1. Pecado (Lembrar: nossa “justiça” injusta): o erro original do homem, o qual lutamos durante toda a vida terrena, é também a pedra fundamental da divisão entre o Senhor e o ser humano.

  2. Distração: problema comum em todos, a distração ocorre por diversos fatores em excesso (trabalho, educação, hobbies etc), geralmente nos desfocando dos pilares fundamentais da fé (Leitura, Oração e Comunhão), indo, portanto, contrário à Mateus 6:31-33². Lembrando: Não estamos dizendo para ficar completamente ociosos, nem completamente ocupados. O equilíbrio deve sempre existir, mas a prioridade absoluta é o Reino.

  3. Indisposição: também uma atitude muito comum, é o que se chama de "falta de vontade" por realizar uma atividade, sendo tal indisposição motivada pelas mais variadas razões. Apesar de ser algo pequeno como ato, pode abrir uma brecha gigante para desobediência e falta de sujeição a Deus.

  4. Orgulho: um dos muitos problemas dos convertidos. O orgulho é uma atitude muito difícil de se autoavaliar, sendo a causa geradora de ações apáticas/antipáticas, egoístas e vaidosas/altivas.

  5. Cansaço

Portanto, aqueles que desejam e buscam uma intimidade com o Senhor devem, através desses parâmetros, combater o que o afasta d'Ele e contribuir para o que te aproxima de Deus, Não é uma tarefa fácil alcançar um relacionamento profundo com o Senhor, mas sem dúvida Deus não deixará de ser bondoso com aqueles que O buscam com sinceridade de coração.

"Talvez eu nunca passe da multidão, mas certamente buscarei ter com o Senhor o mesmo relacionamento de Pedro, Tiago e João" (José Souza, paráfrase).

1.“A semente é amarga; são os frutos que são doces.” (Pr. César Souza)

2. "Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas."

Observação: Publicação baseada em pregação feita em Cruz Alta, em 02 de Julho de 2016.

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