Imagem: Wikimedia Commons
Filho do ex-presidente João Goulart, João Vicente Fontella Goulart é candidato à presidência da República pelo Partido Pátria Livre (PPL). Goulart Filho é filósofo e escritor e tem dedicado a vida à memória do pai. Exerceu apenas um mandato eleitoral, como deputado estadual pelo PDT do Rio Grande do Sul, em 1982.
Plano de governo: “Distribuir a renda, superar a crise e desenvolver o Brasil”
De forma básica, João Goulart Filho nos mostra 20 pontos em seu plano de governo, que também representam os ideais do PPL. A seguir, os 20 pontos resumidos:
Dobrar o salário mínimo real em quatro anos
Reduzir ao patamar internacional os juros reais
Elevar o investimento público pela canalização para este fim da renda petroleira, hídrica, eólica e outras modalidades de renda da terra
Promover uma Reforma Tributária Direta e Progressiva
Combate sistemático à corrupção
Elevação do investimento público
Retomar o processo de substituição de importações, reindustrializar o país, completar a construção de uma economia nacional independente
Reconstruir o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, esvaziado após a desastrosa fusão com o Ministério das Comunicações
Promover a produção e o aumento da produtividade de alimentos na pequena e média unidade rural para o mercado interno
Realizar uma Reforma Agrária verdadeira no País
Desenvolvimento supondo o uso racional dos recursos naturais, de forma a atender às necessidades crescentes da população e a respeitar o meio ambiente.
Realizar uma reforma educacional
Reestabelecer o protagonismo do Estado como formulador e indutor das prioridades culturais públicas
Reformar o SUS
Intermodalidade do sistema de transporte no Brasil
Reforma Urbana
Integração das polícias e criação dos Comitês Gestores de Segurança Pública e Defesa Social
Combateremos todas as formas de preconceito e discriminação
Nova política de Defesa Nacional
Retomada da política externa independente, praticada de forma mais firme no Governo João Goulart
Comentários sobre o Plano
João Goulart apresenta as mesmas ideias de outros partidos de esquerda. O mesmo discurso de que
estatizar empresas é a solução; de que manter e fortalecer ainda mais o monopólio da Petrobrás é algo positivo; que taxar ricos empresários e suas empresas é o melhor caminho para tirar as pessoas da miséria, e não a criação de empregos ou o incentivo na criação de mais empresas privadas.
Um dos “pilares” de seu governo é a retirada de privilégios políticos e uma maior participação da população na tomada de decisões. É claro que todos sabemos que esse tipo de promessa somente é aplicada contra a real oposição do governo e não quando os indivíduos fazem parte do grupo que comanda o país.
Ainda sobre a economia, Goulart deseja, através do estado, investir cada vez mais em infraestrutura e garantir o acesso de micro e pequenas empresas ao BNDES. Onde já escutamos esse tipo de conversa?! E não pense que acaba por aí. Ainda temos a reforma agrária e a taxação progressiva (digna de Marx) sore os grandes empresários do agronegócio.
Como todo bom comunista, não poderia faltar a ideia de revogar a emenda do Teto de Gastos. Com isso, o governo poderá novamente gastar um valor indefinido além do que ele produz. Sim, direito a fazer dívida de maneira irrefreável. Esse pessoal odeia mesmo a ideia de gastar somente o que se produz e não endividar a nação.
Na saúde o SUS permanece. E vai ser reformado. Quais as mudanças? Novamente o aumento de impostos e o gasto além da capacidade do estado.
Os sem-teto agora poderão ter um pouco de felicidade. Pelo menos é essa a impressão que Goulart quer passar. Mas a proposta para acabar com a miséria dessas pessoas é taxar pessoas que possuem imóveis desocupados ou que usam para aluguel. Ao invés de garantir uma economia de livre mercado, onde as pessoas poderiam ter mais oportunidades de emprego e comprariam o imóvel de sua escolha, a escolha é aumentar o imposto sobre as posses daqueles que já possuem algo e deixar na mão do deus estado o trabalho de providenciar os lares. Se tudo isso não parece somente mais um socialista, com a ideia de que o todo-poderoso estado deve cuidar do cidadão como uma babá cuida de uma criança, eu não sei mais o que é.
Referências: