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Reflexão sobre "Conquistadores" de Roger Crowley


Estou lendo no momento o livro Conquistadores - Como Portugal forjou o primeiro império global, de Roger Crowley e, apesar que me encontro no início da obra, me surpreendi pelos acontecimentos narrados. Comecei a ver de forma pessoal a missão dos exploradores portugueses. Alguns dizem que a viagem à lua foi um dos acontecimentos mais importantes da humanidade, mas tal acontecimento não me fascinou tanto como as navegações. Faço esta afirmação não com os olhos de um historiador ou como mero observador humano, mas como cristão.

Vamos nos situar um pouco para facilitar o entendimento da questão que irei levantar: Portugal não era uma nação "importante" na época, mesmo que tenha mantido sua independência em meio a uma Europa turbulenta. Em meio ao cenário político da época a nação não representava uma grande potência; era um pequeno país cristão cercado de poderosos vizinhos como Castela e ao sul com os muçulmanos (com quem ainda mantinha uma tensa relação devido às cruzadas). Em algum momento, esse pequeno país atacou a cidade portuária de Ceuta no Marrocos e a conquistaram rapidamente. Como Crowley descreve a vitória:

"Esse golpe assombroso chamou a atenção dos rivais europeus para o fato de que o pequeno reino era autoconfiante, enérgico – e se movimentava."

A partir disso, Portugal começou a sua expansão procurando contornar o território muçulmano através da África para então buscas rotas comerciais e chegar a Índia.

Continuando a leitura, comecei a notar que a busca por rotas comerciais e especiarias não era o foco mais importante dos navegadores. Eles foram incumbidos pelo rei de uma missão comercial, mas acima de tudo de uma espécie de "cruzada" missionária. Nota-se a missão secular a muito possuidora do foco histórico e narrativo, mas também existe a cristã, rumo ao desconhecido para levar o Reino de Deus a toda à terra. Para não deixar este texto muito longo, irei abordar logo a questão principal, mostrar a semelhança (não meramente figurada, mas literal) da Igreja e do que estes homens fizeram e deram a vida para completar ou para que pelo menos seus companheiros vivessem para o fazer:

1 - Eles faziam parte de um reino e receberam uma missão de seu rei. [Mateus 28:18-20]

Fica fácil de ver a semelhança aqui. A Igreja é a representação do Reino de Deus na Terra. Nós recebemos a missão do Monarca (Jesus, o Rei dos Reis) para que pregássemos a palavra, as boas novas por todo o mundo. Mesmo vivendo o dia a dia no mundo, temos noção de que além de nossas atividades corriqueiras também possuímos a missão de pregar a palavra a toda alma vivente (assim como os portugueses).

2 - Sabiam que a missão teria uma caminhada de desdobramentos desconhecidos, mas confiavam que ela possuía uma natureza divina. [Hebreus 10:23, I João 2:25]

Assim como os portugueses, nós também não possuímos o conhecimento do futuro de nossa missão; sabemos o objetivo (começo) e o fim (promessa de Deus), mas não o meio. Contudo, sabemos o que Deus nos reserva e assim temos fé para nos lançarmos nessa empreitada sem a necessidade de saber o plano por completo. E com essa mesma fé eles zarparam com seus navios.

3 - Possuíam fé, mas também buscaram adquirir o conhecimento para completar sua missão e equipamentos para auxiliar na tarefa. [II Timóteo 3:16-17, II Timóteo 2:15, Oseias 4:6]

Além de sua fé e ousadia, os portugueses adicionaram em sua frota o conhecimento dos primeiros navegadores de seu povo, e as novas informações que obtiveram nas ultimas viagens. Planejaram de forma minuciosa a quantidade de comida, água, tripulantes e mercadorias que deveriam levar. Assim como eles, nós devemos nos preparar para a missão que nos foi ordenada. Não é uma escolha, é essencial que devamos ler a palavra e obter com a direção do Espirito Santo o conhecimento, e buscar em materiais complementares mais informação ou, do contrário, iremos perecer como muitos dos navegadores que fizeram a mesma viagem.

Este texto não tem como intenção ser um estudo detalhado, mas um lembrete de coisas essenciais. Os portugueses demonstraram que mais do que acordos comerciais o que possuíam em mente era a ordem dada por Deus e que com essa convicção eles tinham um propósito a cumprir.

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