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O Marxismo e a destruição da Família


Aproveitando o tema do último post, venho com o intuito de escrever de forma resumida algumas relações entre o Marxismo e sua ligação direta com a destruição do modelo da família tradicional. Antes de começarmos, gostaria de falar sobre alguns pontos que precisam ser esclarecidos antes de passarmos ao tema principal:

I. Antes de ler o que será escrito, é necessário deixar de lado o sentimentalismo (o "amor" ideológico) e analisar os fatos pelo que são e não pelo que queremos que sejam, mesmo não o sendo.

II. Reflita com você mesmo em que tipo de verdade e princípios morais você fundamenta a sua cosmovisão. Veja, politica ao contrário do que aparentemente se tornou no Brasil (uma espécie de jogo) é o conjunto de ideias das quais você acredita e luta, sabendo que estes mesmos princípios podem ajudar ou destruir a vida de várias pessoas.

III. O item anterior pode não ter chamado tanto a sua atenção porque parece óbvio; porém, vou lhe dar alguns exemplos e quero que você reflita neles e pense se você realmente entendeu o item (II) ou não.

a) Se você se considera uma pessoa que não se identifica com as nomenclaturas de ideologias políticas que se apresentam atualmente (Conservador, Esquerda, Liberal, Anarquista, etc.), você então não se identifica com nenhuma por que através do estudo de seus pensadores você não se identificou com tais ideias, ou você assume esse posicionamento porque desconhece quais são estas ideias e não busca saber?

b)Você se considera dentro de alguma destas ideias; porém, forma sua opinião apenas no conhecimento que líderes partidários e a grande mídia repassam a você, nunca tendo buscado o estudo de seus pensadores e daqueles que formaram as bases para tais pensamentos?

c)Você simplesmente ignora o processo político da sua nação somente se preocupando com as suas necessidades?

Seria uma calúnia dizer que Marx desejava a destruição do modelo da família tradicional? Talvez uma "deturpação de suas ideias" como diria Luciana Genro? Ou ainda mais um golpe da direita burguesa que tenta destruir com a revolução do proletariado?

Na verdade, o que nós temos é o pensamento do próprio Marx que resume a existência da família ao capital, ao puro ganho e acúmulo de riquezas.

“Eliminação da família! Até os mais radicais ficam indignados diante desse desígnio infame dos comunistas. Sobre que fundamento repousa a família atual, a família burguesa? No capital, no ganho individual. A família, na sua plenitude, só existe para a burguesia, mas encontra seu complemento na supressão forçada da família para o proletário e na prostituição pública. A família burguesa desvanece-se naturalmente com o desvanecer de seu complemento. E uma e outra desaparecerão com o desaparecimento do capital.” ¹

Podemos ver que, para Marx, a família é outro teatro de guerra entre o opressor e o oprimido, outra guerra de classes e não o grupo que tem a função de transmitir os valores morais além da educação dos filhos. Ela não é a estrutura básica da criação da civilização humana e não é um lugar para sentimentos familiares pois seu funcionamento é baseado no acúmulo de capital.

Sendo assim, a família é como uma espécie de fábrica, onde os pais exploram seus filhos; onde essa falsa ideia de relação familiar e amor entre os indivíduos que a compõem nada mais são do que ilusões que devem ser destruídas para que o indivíduo se liberte de tal ferramenta burguesa.

"Acusai-nos por querermos eliminar a exploração das crianças por seus pais? Nós confessamos esse crime." ²

Então, continua seu discurso acusando a "burguesia" de dizer que eles querem tirar a parte da educação dos filhos que pertence à família e entregar a jurisdição para a "sociedade". Sua justificativa é a de que os comunistas nada mais fazem do que retirar a educação das mãos dos exploradores (pais), já que a família já é, segundo ele, construída por influência da sociedade. Então o papel deles (comunistas) nada mais é do que o de libertar os oprimidos da classe dominante.

"Mas dizeis que queremos destruir a mais íntima relação substituindo a educação doméstica pela social."

"E vossa educação não é determinada também pela sociedade? Pelas relações sociais em que educais, pela intervenção direta ou indireta da sociedade, pela escola, etc.? Os comunistas não inventam a influência da sociedade sobre a educação; eles apenas transformam o seu caráter, eles retiram a educação da influência da classe dominante." ³

Ele ainda tenta empurrar a ideia de que a família "burguesa" vê seus filhos como nada mais do que meros artigos comerciais e ferramentas de trabalho. Se possuímos o mínimo de discernimento, vemos que até agora Marx não falou nada mais do que mentiras para tentar sustentar a guerra de classes.

Pare e reflita: como você e a maioria das famílias veem seus filhos? Sim, sabemos que todas as famílias possuem problemas e isso é natural pois o ser humano não é perfeito. E é nesse ponto que quero que você preste atenção. Você deixaria o estado tomar conta de toda a educação do seu filho? Pessoas com valores diferentes do seu e que teriam esse direito só porque segundo eles você explora o seu filho, mesmo isso não sendo a sua opinião e a dos seus filhos?

É disso que se trata a ideia de Marx e Engels. A guerra de classes atinge em cheio a família, de igual modo que os pais exploram e oprimem os filhos, o homem o faz com a mulher (o casamento nada mais é do que escravidão):

“A monogamia não aparece na história, portanto, como uma reconciliação entre o homem e a mulher e, menos ainda, como forma mais elevada de matrimônio. Pelo contrário, ela surge sob a forma de escravização de um sexo pelo outro, como a proclamação de um conflito entre os sexos, ignorado, até então, na pré-história. (...) Hoje posso acrescentar: o primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino” ⁴

Através desses pequenos exemplos das ideias marxistas, eu devo lembrá-los de como acontece a quebra da situação opressor → oprimido. Pode-se resumir a ação da quebra em uma palavra: Revolução.

O marxismo ataca a família em todas as suas áreas com sua teoria da guerra de classes. No entanto, sabemos que ela é extremamente incorreta já que, pela lógica e pela experiência, temos conhecimento de que a noção de família não é construída pela economia ou por exploração de uma pessoa sobre a outra, e sim, por pessoas com sentimentos afetivos umas para com as outras que resolveram juntas construir uma história de relacionamentos, amizades, para passarem juntos pelo sofrimento e aflição que este mundo proporciona, e não à indústria ou a burguesia. Novamente volto a dizer que a família é a estrutura fundamental da civilização humana (especialmente se tratando da civilização ocidental) e não é Marx (que viu 4 de seus 7 filhos morrerem ainda bebês, duas filhas se suicidarem, e que dependeu financeiramente da mulher durante os 16 anos que se dedicou a escrever "O Capital" e ainda assim cometeu adultério) que dirá o contrário. Somente o relato de sua vida (de Marx), e de quem ele era já bastaria para que as pessoas tirassem as dúvidas sobre suas ideias e utopias. Marx parece um adepto do "faça o que eu digo e não o que eu faço".

“As quatro civilizações mais estáveis, mais bem-sucedidas, pacíficas em seu interior e duradouras da história foram a judaica (mosaica), a confuciana, a islâmica e a romana. Elas duraram cerca de 35, 21, 14 e 7 séculos, respectivamente, por um motivo dominante: todas eles respeitavam muitíssimo a família”.⁵

1. MARX, K., ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Editora Martin Claret, 2016, p. 131

2. MARX, K., ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Editora Martin Claret, 2016, p. 131

3. MARX, K., ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. Editora Martin Claret, 2016, p. 131

4. ENGELS, Friedrich. A origem da família, da propriedade privada e do Estado. Rio de Janeiro: Best Bolso, 2014, p. 79

5. KREEFT, Peter. Jesus, o maior filósofo que já existiu. Rio de Janeiro: Thomas Nelson, 2009, p. 139

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