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  • Piratini Monarquista e Chi-Ro

O Desprestígio ao Conhecimento


“O 5G é prejudicial à saúde”... Esse boato, espalhado pelas redes (gerando até mesmo um projeto de lei), mostra o desleixo que o brasileiro ainda tem em procurar a informação correta de um fato. Por conta principal da preguiça pela leitura, da falta de compromisso com a busca pelo conhecimento (e não estou falando de resumos de Facebook) e da propagação de informações distoantes da realidade - a partir de uma pessoa que tenha algum “status” de confiança popular - , muitas notícias, fatos e acontecimentos são distorcidos, resumidos de forma danosa ou simplesmente criados, acabando por se espalhar mais rápido que um vírus.

Mas de onde vem o comodismo do brasileiro, e a falta de costume em ler? Deveras, podemos encontrar muitas fontes: a criação em casa, a educação do governo, ou – o que cremos ser o mais comum - a própria dependência vigente da população sobre o Estado e à grande mídia.

É interessante observar este último motivo: dependência estatal. Nos acostumamos a depender do Estado para tudo: educação, renda, regras e leis etc. A própria Constituição já deixa claro esse dever do estamento ao longo de mais de 240 artigos; no entanto, a dependência, dessa forma, gera descaso por parte do povo e, por consequência, descontentamento popular. Pense por um minuto: o governo dá escolas em troca de uma tributação obrigatória por parte do povo. Em seguida, o povo despreocupado, confia seu futuro (crianças e adolescentes) às mãos do Estado; o Estado, sem vigilância e regras de controle claras, acaba trazendo uma qualidade inferior a esperada; o povo reclama; mas, por continuar deixando nas mãos do Estado, a problemática continua.

Essa confiança exagerada acaba criando cidadãos acostumados e necessitados a receber informações de maneira resumida, mastigada e sem um aprofundamento da temática da ocasião, afinal o governo e a mídia (unilateral) já forneceu e fornece todo o estudo e conhecimentos necessários (talvez seja até por isso que na mente de alguns a ideia de adquirir saberes pertença somente aos ricos – e com “ricos”, querem dizer “ladrões”). Essa baixa valorização da busca pelo saber se alia a mania de se dar valor somente ao conhecimento que vale para o mercado de trabalho: se investir em uma faculdade, um curso ou um livro não gerar um salário maior ou ocasionar o ganho de uma vaga em concurso, é sem valor algum.

Claro que, se fossemos apenas uma sociedade materialista igualada ao nível de máquina, servindo somente para fazer a roda do Estado girar, sem dúvidas haveria um colapso por descontentamento. Pra que isso não ocorra, temos o truque mais antigo e conhecido de governo: o “pão e circo”. Dando o entretenimento e um meio mínimo de alimentação, acabamos caindo no sistema da coletividade e renunciamos ao transcendental, permitindo assim que sistemas e ideologias, como o comunismo e o positivismo, ainda prosperem.

Portanto, é necessário sair desse “modo hibernação” que nos auto-permitimos e começar a se preocupar bem mais com o individual (no sentido de construir um ser humano com mais caráter e erudição) do que seguir o fluxo coletivo superificial (caindo no comodismo e na falta de reflexões), e entender que a vida é bem mais do que só conseguir dinheiro e status. Obviamente, não é uma tarefa fácil, pois exige que saiamos do escopo local (salário, contas, vontades) para que se olhe mais além, atentando para todas as questões pessoais, coletivas, transcendentais e científicas. Ou nós aceitamos que a vida (como uma entidade) não se adapta a nós, ou sofreremos mais do que qualquer outro povo.


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